12
mil a.C. – As mais antigas manifestações de pintura em cavernas são encontradas
na serra da Capivara, no Piauí. Do período entre 5000 a.C e 1100, há vestígios
de culturas amazônicas com alto grau de sofisticação na fabricação e na
decoração de artefatos de cerâmica, como as da ilha de Marajó e da bacia do rio
Tapajós. A arte plumária indígena e a pintura corporal atingem grande
complexidade em termos de cor e desenho, utilizando penas e pigmentos vegetais
como matéria-prima.
1530-1650
– Com os colonizadores europeus, chegam ao país influências renascentistas e do
início do barroco Durante o domínio holandês, de 1630 a 1654, numerosos
artistas retratam a paisagem, os índios, os animais, as flores e os frutos do
Nordeste, criando um vasto material informativo e científico sobre o Brasil.
Essa produção atinge o auge sob o governo de Maurício de Nassau (1604-1679), em
que se destacam o trabalho de Albert Eckhout e do paisagista Frans Post, que
transpõem para a paisagem brasileira os padrões de composição, luz e cor
holandeses.
1650-1766
– Durante o barroco prevalecem a pintura de retábulos e de tetos ilusionistas
nas igrejas e a escultura de barro cozido de caráter religioso. Entre os
artistas destacam-se frei Agostinho da Piedade, Agostinho de Jesus, Domingos da
Conceição da Silva e frei Agostinho do Pilar.
1766-1816
– A riqueza da decoração durante o ciclo do ouro em Minas Gerais aparece na
fase final do barroco, o rococó, com seu exagero de linhas curvas e espirais.
Essas características acentuam a idéia do poder absoluto da Igreja e do Estado,
que controlam a produção artística. Nas pinturas e esculturas são usados modelos
negros e mulatos. Entre os maiores artistas dessa corrente estão Antônio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho, criador das estátuas dos Profetas do adro da
Igreja de Congonhas do Campo (MG), e Manuel da Costa Ataíde, autor de A Santa
Ceia. Utilizando-se de materiais tipicamente brasileiros, como madeira e
pedra-sabão, eles fundam uma arte nacional. No Rio de Janeiro destaca-se o
entalhador Mestre Valentim.
1816-1880
– A volta aos valores clássicos do Renascimento é a principal proposta do
neoclassicismo Com a chegada da Missão Artística Francesa ao Rio de Janeiro
(1816), trazida com o patrocínio de dom João VIe chefiada por Le Breton,
sobressaem os pintores Nicolas-Antoine Taunay, Félix-Émile Taunay,
Jean-Baptiste Debret e o escultor Auguste Taunay, entre outros. É fundada a
Academia Imperial de Belas-Artes (1826), que forma artistas como Araújo de
Porto Alegre, Zeferino da Costa e Augusto Müller. O romantismo introduz o
indianismo (idealização da figura do índio) e o nacionalismo nas cenas
históricas e o subjetivismo romântico na paisagem. A pintura histórica atinge o
auge com Batalha de Guararapes, de Victor Meirelles, e A Batalha do Avaí, de
Pedro Américo. Na escultura destaca-se Almeida Reis. Expedições científicas
viajam pelo interior do país produzindo obras de grande valor descritivo e
iconográfico. Participam delas pintores como Adrien-Aymé Taunay, Hércules
Florence, Rugendas e Edward Hildebrandt. Em 1874 chega ao Rio o pintor Jorge
Grimm, que exerce profunda influência na pintura de paisagem.
1880-1922
–Ecletismo é o termo que designa esse período, em que diferentes tendências de
origem européia, como o realismo o naturalismo o simbolismoe o impressionismo,
convivem e se mesclam com o classicismo e o romantismoacadêmicos. Destacam-se
Almeida Júnior (Caipira Picando Fumo), Eliseu Visconti (Gioventú), Hélios
Seelinger e integrantes do Grupo Grimm, como Antonio Parreiras e Giovanni B.
Castagneto.
1913
– O lituano Lasar Segall realiza a primeira exposição em São Paulo (SP), de
tendência expressionista Ligada a vanguardas européias, sua pintura ganha cores
tropicais a partir de seu contato com a realidade brasileira.
1917
– Também de caráter expressionista, a exposição de Anita Malfatti em São Paulo,
com quadros como O Japonês e O Homem Amarelo, provoca violenta reação da
crítica. O mais conhecido ataque é o de Monteiro Lobato no texto Paranóia ou
Mistificação?
1922-1930
– O modernismo se inicia em São Paulo com a Semana de Arte Moderna (11 a 18 de
fevereiro de 1922). Influenciados pelas correntes estéticas modernas da Europa
e pela busca e valorização de uma identidade nacional, os participantes
procuram renovar o cenário artístico brasileiro. Em maio é lançada a revista
modernista Klaxon. Os manifestos Pau-Brasil (1924) e Antropofágico (1928)
defendem a representação da realidade brasileira na arte, que deve ser
autêntica e inovadora. Entre os principais artistas plásticos ligados ao
movimento estão Victor Brecheret (Eva), Anita Malfatti (A Boba), Lasar Segall
(Paisagem Brasileira), Di Cavalcanti (Cinco Moças de Guaratinguetá), Vicente do
Rêgo Monteiro (Atirador de Arco), Tarsila do Amaral (Antropofagia) e Ismael
Nery (Nu).
1931-1940
– O modernismo assume um figurativismo com características mais
expressionistas, temas regionalistas e preocupação social, no qual se destaca
Candido Portinari. Desponta o trabalho de Osvaldo Goeldi, Cícero Dias e Alberto
da Veiga Guignard. Com a nomeação de Lúcio Costa para a Escola Nacional de
Belas-Artes, abre-se espaço para os modernos no Rio de Janeiro. A partir da disseminação
nos salões de arte, o modernismo começa a ser aceito pelo grande público.
A
ARTE DOS SALÕES – Na década de 30, grupos de trabalho e associações reúnem
vários artistas que, apesar de desenvolver estilos diferentes, possuem grandes
afinidades. Em 1931, no Rio de Janeiro, é fundado o Núcleo Bernardelli, no qual
se destacam Miltom Dacosta, Yoshyia Takaoka e José Pancetti. Seus trabalhos
retratam os subúrbios do Rio e as paisagens litorâneas. Em São Paulo, Lasar
Segall lidera a Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam), e Flávio de Carvalho é o
principal nome do Clube dos Artistas Modernos (CAM). Já o Grupo Santa Helena,
que tem como temas principais a paisagem, a natureza-morta, os casarios
populares, as festas e as quermesses, é formado por artistas vindos da classe
operária, como Alfredo Volpi, Francisco Rebolo, Mário Zanini, Aldo Bonadei,
Clóvis Graciano e Fúlvio Pennachi. São criados também o Salão de Maio e a
Família Artística Paulista, que revelam Lívio Abramo, Ernesto de Fiori, Yolanda
Mohalyi e Carlos Scliar. Artistas ligados à colônia japonesa, como Tomoo Handa,
Walter Tanaka, Yuji Tamaki e Yoshyia Takaoka, formam, em 1938, o Grupo Seibi.
1941-1950
– Os estilos ligados ao modernismo difundem-se para fora do eixo Rio-São Paulo
por meio de novos grupos e associações, como os Clubes de Gravura de Pelotas e
Porto Alegre, o Ateliê Coletivo do Recife e a Escola Guignard, em Belo
Horizonte. Destacam-se Iberê Camargo do Rio Grande Sul, Francisco Brennand, de
Pernambuco, Sérvulo Esmeraldo e Aldemir Martins, do Ceará. No contato com
tendências européias, as artes plásticas assimilam o abstracionismo na pintura
e na escultura. Nessa linha estão os trabalhos de Bruno Giorgi, Francisco
Stockinger, Antônio Bandeira e Fayga Ostrower. Há também grande desenvolvimento
das técnicas de gravura – como a xilogravura e a gravura em metal –, de
natureza figurativista, nas obras de Henrique Oswald, Otávio Araújo, Marcelo
Grassmann e Renina Katz.
1947
– Em São Paulo, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) é criado pelo empresário
Assis Chateaubriand. Seu acervo de pintura européia abrange desde os góticos
italianos até os mestres do impressionismo francês.
1948
– O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) é fundado pelo industrial de
origem italiana Francisco Matarazzo Sobrinho. O francês Léon Degand é indicado
para ser seu primeiro diretor. No ano seguinte é criado o Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro (MAM-RJ). Seu acervo é formado basicamente por artistas
contemporâneos nacionais e estrangeiros.
1951
– Com a 1ª Bienal Internacional de São Paulo e a influência do escultor suíço
Max Bill, as formas abstratas passam a ser dominantes sobre as figurativas.
Surgem artistas como Samson Flexor, Sérgio de Camargo, Almir Mavignier, Mary
Vieira, Gilvan Samico, Wega Nery, Anna Bella Geiger e Darel Valença Lins.
1952-1960
– Também sob a influência de Max Bill, premiado na bienal, surge o concretismo
movimento abstrato de tendência rigorosamente geométrica e não intuitiva,
guiada pelo raciocínio. É criado a partir do grupo Ruptura (SP), formado por
Valdemar Cordeiro, Geraldo de Barros, Hermelindo Fiaminghi, Luís Sacilotto, e
os poetas Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari. O neoconcretismo,
baseado no grupo Frente (RJ), reage ao rigor formal da arte concreta e busca
aproximação com a op art e a arte cinética, produzindo pinturas, esculturas e
objetos em que a luz, o movimento e o espaço são os temas, com forte apelo
intuitivo e simbólico. Destacam-se Amilcar de Castro, Ivan Serpa, Franz
Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape e Hélio Oiticica.
1961-1970
– A principal tendência abstrata passa a ser o informalismo, de característica
lírica e gestual. Entre os principais artistas estão Manabu Mabe Tomie Ohtake
Arcângelo Ianelli, Tikashi Fukushima, Flávio Shiró, Yutaka Toyota, Emanoel
Araújo e Maria Bonomi. A nova figuração usa imagens dos meios de comunicação
para produzir uma arte politicamente engajada e figurativa, como as obras de
Wesley Duke Lee, Antonio Henrique Amaral, Nelson Leirner, Rubens Gerchman,
Glauco Pinto de Moraes e João Câmara.
1971-1980
– Ao mesmo tempo que se radicaliza o discurso da arte conceitual, na qual a
idéia ou o conceito sobre a obra é seu tema central, novos meios e tecnologias
são usados: grafite (pintura por meio de spray em lugares públicos), instalação
(disposição de elementos no espaço com a intenção de estabelecer uma relação
com o espectador), arte postal (que se utiliza do meio postal para a criação e
a divulgação), arte ambiental (que modifica e se relaciona com elementos da
paisagem natural, principalmente por meio da escultura e da instalação) e
performance (execução de uma ação espontânea ou teatral). Nesse período ganham
destaque as obras de Antonio Lizárraga, Tuneu, Carlos Vergara, Luiz Paulo
Baravelli, Carlos Fajardo, Cláudio Tozzi, Takashi Fukushima, Antonio Dias,
Sirón Franco, León Ferrari, Rubens Gerchman, Alex Vallauri, Regina Silveira,
Evandro Jardim, Frans Krajcberg, José Roberto Aguilar, Mira Schendel e Cildo
Oliveira.
1981-1990
– O neo-expressionismo é a influência dominante e resgata os meios
tradicionais, como a pintura. As tendências figurativas se fortalecem apesar da
forte presença do abstracionismo e da arte conceitual. Com o desenvolvimento da
tecnologia, a videoarte torna-se importante. A intervenção urbana (ou arte pública)
desenvolve-se estabelecendo relações entre o espaço e a obra de arte.
Destacam-se Alex Flemming, Ivald Granato, Marcelo Nitsche, Tunga, Julio Plaza,
Benê Fonteles, Carmela Gross, Guto Lacaz, Sérgio Fingermann, Waltércio Caldas,
José Resende, Cildo Meireles, Daniel Senise, Leonílson, Dudi Maia Rosa, Mário
Ramiro, Hudnilson Junior, Rafael França, Yole de Freitas, Rubens Matuck e Artur
Matuck.
Década
de 90 – Tendências do pós-modernismo ganham força, como a apropriação e a
constante releitura da história da arte, a simulação de situações aproximando a
arte e o mundo real e a desconstrução da obra de arte, que discute o
significado da imagem numa sociedade de cultura de massa. Novas tecnologias
permitem uma arte multiculturalista, que absorve influências e interliga
diversas técnicas e linguagens, como a fotografia, o vídeo e a pintura. A
informatização abre novas possibilidades de globalização da arte. Entre os
principais nomes desse período sobressaem Adriana Varejão, Leda Catunda,
Rosângela Rennó, Paulo Pasta, Jac Leirner, Alex Cerveny, Nuno Ramos, Luis
Hermano, Iran do Espírito Santo, Fabiana de Barros, Ana Amália, Marcos Benjamin
Coelho, Beatriz Milhazes, Laurita Sales, Cláudio Mubarac, Hélio Vinci, Aprígio,
Sandra Kogut e Ana Tavares.
FONTE: Almanaque Abril.
Para saber mais modernidades sobre as Artes Plásticas...
https://portalartes.com.br/historia/historia-da-arte/artes-plasticas-no-brasil.html. ou
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141992000100012
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