Leituras para o PAS UnB, ENEM e Vestibulares. Constituição Federal, Capítulo II, Direitos Fundamentais, Artigos do 6º ao 9º. Congresso Nacional Constituinte. Brasil 1988. Acessar.
English teacher of GRE Gama City in DF. Professor de Língua Inglesa do Ensino Médio, no Gama/DF, desde Jul/86
quinta-feira, 17 de julho de 2025
Artes visuais: Provas da 1ª Etapa PAS/UnB de 2009 a 2013
Artes visuais – 1ª Etapa
- Os “Guerreiros” ( Os Candangos) – Bruno Giorni
- • Auto-retratos da artista mexicana Frida Kahlo
- • Série “Crianças de açúcar” de Vik Muniz
- • Estruturas de Mauritius Cornélius Escher
- • Arquitetura do Teatro Nacional de Brasília, de Oscar Niemeyer
- • Blocos do Teatro Nacional de Brasília, de Athos Bulcão
- • Pirâmides astecas (saiba mais)
- • Desenhos e vitrais de Henri Matisse, da Capela Nossa Senhora do Rosário em Vence, na França
- • Azulejos de Athos Bulcão na Igreja Nossa Senhora de Fátima de Brasília (Igrejinha da 307/308 Sul)
- • Dança dos Tarairui (Tapuias) s/d (saiba mais)
- • Servo de Dom Miguel de Castro com Cesto decorado – s/d de Albert Van Eckhau (1610 a 1666)
Hoje
resolvi disponibilizar um banco de questões de artes que caíram nas últimas
cinco provas do PAS (2009-2013), apenas para 1ª etapa!
Eu
selecionei itens que indicavam obras da matriz do PAS que ainda estão
sendo cobradas esse ano (marcadas na cor rosa). Outras questões achei
interessante colocar simplesmente por que fazem parte do conteúdo das aulas de
artes no 1º ano (marcadas na cor verde).
Não
coloquei comentários (assim que puder farei isso). Apenas coloquei o gabarito
das questões com base em publicações oficiais do CESPE.
Também não coloquei imagens, apenas a legenda da imagem.
Também não coloquei imagens, apenas a legenda da imagem.
Bons estudos!
___________________________________
1ª ETAPA 2009
Observação: nessa prova foram cobradas
as obras azulejos de athos bulcão e pirâmides astecas, mas caíram em questões de
exata!
Na filosofia, a escola pitagórica foi uma das primeiras a acentuar a relação entre beleza e proporções numéricas. Para os pitagóricos, a harmonia tem sempre um fundamento matemático. Platão foi influenciado pela escola pitagórica, mas também associou a beleza à moral, como demonstra o conceito por ele criado que ficou conhecido como kalokagathia (kalon kai agathon = belo e bom). Na música, os ideais de harmonia com fundamento matemático foram reavivados no Renascimento, com o adendo de uma perspectiva mensuralista — sistema musical em que se utiliza uma relação preestabelecida entre valores em uma composição. Essa perspectiva foi consolidada no período Barroco. No século XX, mesmo não sendo matemático, M. C. Escher, baseando-se nos desenhos feitos por mouros em Granada, desenvolveu um método geométrico de produção de obras de arte, o qual foi utilizado em suas litografias. Nos desenhos produzidos com base nessa técnica, utiliza-se um tipo especial de lápis de cera para desenhar sobre blocos de pedra calcária, que se tornam matrizes, às quais, a seguir, é aplicada tinta. Por último, com a ajuda de um rolo sob grande pressão, imprimem-se várias cópias em papel.
A
litografia Côncavo e Convexo, ilustrada acima, foi criada em 1962 e constitui um exemplo da obra de Escher, que
aplicou, em seus trabalhos, os ideais geométricos da translação, simetria,
rotação e inclinação, de um modo geral.
A partir
das informações contidas no texto, julgue os itens:
1. O trabalho de Escher mostrado na figura ao lado é
compatível com ideais pitagóricos de beleza e apresenta características
aludidas no texto, tais como simetria, translação e rotação, além de mudanças
de escala.(C)
2. O Renascimento,
movimento intelectual e artístico europeu referido no texto, resultou do
pessimismo que se espalhou pela Europa em relação ao futuro da civilização
ocidental, em face dos contatos dos europeus com a civilização chinesa.(E)
3. No Renascimento, a vinculação entre harmonia e matemática foi
reavivada tanto na música, conforme alude o texto, quanto na abordagem
filosófica da natureza, da qual são exemplos os trabalhos de Kepler e
Galileu.(C)
4. A situação retratada em Côncavo e
Convexo sugere o dia a dia em uma cidade medieval, em que estão presentes
símbolos da igualdade entre classes, conceito que, defendido, na Idade Média, por filósofos e por artistas, mas,
principalmente, pelo Estado, atingiu a maturidade ao final da época
retratada.(E)
_____________________________________
O Brasil
é um dos países mais ricos em pinturas rupestres. Nas regiões de Lagoa Santa e
Serra do Cipó (MG), encontra-se grande número dessas pinturas, muitas ainda não
estudadas. Nessas obras, em que são retratadas cenas do cotidiano dos povos
pré-colombianos, estão presentes animais de espécies extintas e de espécies
ainda existentes. Infelizmente, tais pinturas, não apenas em Minas Gerais, mas
em todo o Brasil, têm sido alvo de vandalismo, o que, algumas vezes, resulta na
completa destruição de algumas dessas pinturas.
Tendo
esse texto como referência inicial, julgue os itens:
1. As pinturas rupestres fornecem importantes subsídios para o
entendimento de processos de ocupação do território e de extinção da biota.
Nesse sentido, assumindo-se como critério valorativo o direito de toda a
humanidade ao conhecimento, a destruição de pinturas rupestres, na forma
mencionada no texto, é moralmente condenável. (C)
2. No Brasil, parte das pinturas
rupestres encontra-se na Serra do Cipó, na Cadeia do Espinhaço, uma das regiões
de endemismo vegetal no país. A preservação dessas pinturas e a da flora dessa
região permitem proteger, respectivamente, o patrimônio cultural brasileiro e a
biota.(C)
3. Entre as opções a seguir, assinale
aquela que expressa a estratégia mais viável e mais eficiente para a
conservação de pinturas rupestres, de
forma a se preservar a sua importância e a se promover a disseminação da
cultura.
A
Impedir que as pessoas tenham acesso aos sítios arqueológicos.
B
Promover ação educativa de esclarecimento do significado e da importância
dessas pinturas.(RESPOSTA CORRETA)
C
Remover as pinturas para o acervo de colecionadores particulares.
D Punir,
na forma da lei, pessoas que destruam essas pinturas.
_____________________________
A canção
Hino de Duran, cuja letra é apresentada acima, faz parte da peça Ópera do Malandro, de Chico Buarque. Essa
peça, que estreou no Rio de Janeiro, em agosto de 1978, é uma recriação das
obras A Ópera dos Três Vinténs, de Berthold Brecht e Kurt Weill (1928), e Ópera
dos Mendigos, de John Gay (1728). Embora a história da peça Ópera do Malandro
se desenrole durante a Segunda Guerra Mundial, quando Getúlio Vargas era o
chefe de Estado do Brasil, ela é, de fato, uma alegoria do que ocorria no país
no final da década de 70 do século XX, período marcado por medidas ditatoriais.
Considerando essas informações e a letra da canção apresentada, julgue os
itens:
1. Na Ópera do Malandro, há canções similares às árias de óperas
tradicionais, no que se refere à estrutura, dividida em partes. Nesse sentido,
o Hino de Duran corresponderia a uma ária.(C)
2. Na obra Ópera do Malandro, valendo-se da música, em especial do samba,
Chico Buarque apresenta, de forma poética e crítica, o cotidiano urbano.(C)
______________________________________
1ªETAPA 2010 (Última prova com 120 questões)
Uma
estrutura consiste em um conjunto de elementos solidários entre si ou de
elementos cujas partes são funções umas das outras, pois cada um dos componentes
se relaciona com os demais e com a totalidade. Na comunicação teatral, por
exemplo, os elementos que compõem a cena interagem entre si, por meio da ação
cênica, na construção de um sentido. Os elementos da estrutura dramática se
entrelaçam de tal forma que há total dependência entre ação, espaço,
personagem, iluminação, cenário, sonoplastia, caracterização, indumentária,
maquiagem, texto e, também, público. Na música, a estrutura pode ser percebida
e analisada a partir da identificação de partes contrastantes da obra.
Tendo
como referências o conceito de estrutura e a imagem do Teatro Nacional Cláudio Santoroapresentados
acima, julgue:
1. As estruturas constituídas pelas
formas estéticas na arquitetura exigem interlocução entre forma e função.(C)
_______________________________________
Diferentemente
do que ocorreu com os indígenas, os africanos e os afrodescendentes
permaneceram no patamar de60% da população do Brasil entre os séculos XVII e
XIX. Tendo de abdicar de suas línguas de origem, eles não tiveram escolha:
tiveram de aprender, em um processo de transmissão linguística irregular, a
língua do colonizador. Certamente, junto com o pequeno contingente de indígenas
integrados ao processo colonizador, são eles que vão dar forma ao português
geral brasileiro, antecedente, como penso eu, do português popular ou vernáculo
brasileiro. Rosa Virgínia Mattos e Silva. Ensaios para uma sócio-história do
português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2004, p. 20 (com adaptações).
Tendo
como referência o fragmento de texto acima, julgue:
1. As congadas, manifestação cultural africana difundida no
Brasil, tiveram suas raízes preservadas e mantiveram-se puras ao longo do
tempo. (E)
______________________________
1ª ETAPA 2011
Essa questão se encaixa no conteúdo: funções da arte:
Imagem: Sebastião Salgado, Acampamento
dos sem-terra, fotografia em preto e branco, Rio Bonito, Paraná, 1996.
Considerando
a fotografia Acampamento dos sem-terra, de Sebastião Salgado, mostrada acima,
julgue os itens a seguir.
1. O fotógrafo optou pela fotografia em
preto e branco porque a colorida é inapropriada para explorar temáticas
relacionadas à questão social.(E)
2. A fotografia Acampamento dos
sem-terra é uma imagem artística que informa sobre um instante de luta dos sem-terra.(C)
Imagem: Frida Khalo, Autorretrato
com espinhos e colibri, 1940, óleo sobre tela.
Para La
Boétie, em Discurso da servidão voluntária, a liberdade é natural. Os homens e
os animais têm a mesma natureza. Ao contrário do que ocorre com os animais, a
natureza é alterada nos homens, que dela se esquecem e a substituem pelo
costume. Cavalos, bois, peixes, pássaros são mencionados pelo filósofo para
mostrar que os animais têm desejo natural pela liberdade, que sempre se exprime
neles, mesmo quando eles são usados pelo homem para o trabalho. Privados da sua
liberdade, os animais nos apresentam sinais evidentes da sua infelicidade.
A partir
desse fragmento de texto e da imagem da obra Autorretrato
com espinhos e colibri, de Frida Khalo, julgue os itens:
1. A respeito da obra Autorretrato com espinhos e colibri, de Frida
Kahlo, assinale a opção correta.
A Os
animais e a vegetação que compõem a pintura estão distribuídos de forma
assimétrica, o que determina o desequilíbrio da composição.
B A
inter-relação entre a imagem da artista plástica e os elementos da natureza
torna o autorretrato de Frida Kahlo uma composição pictórica com forte
referência simbólica e metafórica. (RESPOSTA CORRETA!)
C A obra
apresentada distancia-se da subjetividade da artista, a qual busca expressar
objetivamente sua preocupação com a preservação do meio ambiente.
D Os
contrastes entre as cores e as formas dos elementos da pintura integram-se na
obra e resultam na criação de uma atmosfera leve e lúdica.
2. Considerando as obras Discurso da
servidão voluntária, de La Boétie, e Autorretrato
com espinhos e colibri, de Frida Kahlo, assinale a opção correta.
A A
pintura de Frida Kahlo ilustra o pensamento de La Boétie, ao representar homens
e animais livres em convivência harmoniosa.
B
Segundo La Boétie, mesmo esquecendo a sua liberdade natural, os homens não se
acostumam a servir; já os animais são naturalmente propensos a servir os
homens.
C De
acordo com La Boétie, mesmo os animais que trabalham para o homem não deixam de
manifestar o desejo de liberdade. (RESPOSTA CORRETA)
D A obra
Autorretrato com espinhos e colibri faz parte de um conjunto de referências que
influenciaram a produção de Discurso da servidão voluntária.
_____________________________________________
O grupo
mineiro Uakti tem seu nome
inspirado na seguinte lenda indígena. Uakti vivia às margens do rio Negro. Seu
corpo era repleto de furos, que, ao serem atravessados pelo vento, emitiam sons
que encantavam as mulheres da tribo. Os índios, enciumados, perseguiram Uakti e
o mataram, enterrando seu corpo na floresta. Altas palmeiras ali cresceram: de
seus caules os índios fizeram instrumentos musicais de sons suaves e
melancólicos, feito o som do vento no corpo de Uakti. Artur A. Ribeiro. Grupo
Uakti. In: Estudos avançados [online], vol.14, n.o 39, 2000, p. 249-72 (com
adaptações).
A partir
do texto acima, julgue os itens:
1. A construção de instrumentos
musicais não convencionais pelo grupo Uakti tem
contribuído para a criação de novos sons, bem como para a utilização de objetos
do cotidiano como fontes de produção sonora. (C)
2. A sonoridade da música I-Ching, do
grupo Uakti, é semelhante à das
Bachianas n.o 4,de Villa-Lobos, porque, em ambas, foram utilizadas as mesmas
fontes sonoras. (E) Observação: Bachianas não é mais obra do PAS(2014)
___________________________________
1ª ETAPA 2012
Imagem:
Cândido Portinari. Futebol, 1935, óleo sobre tela, 97 cm x 130 cm, coleção
particular, Rio de Janeiro, RJ.
Imagem:
Jogo de pelota mesoamericano (asteca/maia). Museu
Marjorie Barrick, Universidade de Nevada, Las Vegas.
Existem
semelhanças entre a nossa cultura e a dos astecas que podem ser identificadas,
por exemplo, no jogo de futebol atual, que é similar ao jogo de pelota asteca.
No futebol, em que os jogadores usam pernas, joelhos, peito e cabeça, o
objetivo é fazer gol, colocando a bola de couro dentro da meta adversária. No
jogo de pelota asteca, em que os jogadores usam joelhos, ancas, cotovelos e
cabeça, o objetivo é atravessar a bola de borracha por entre aros localizados
nas laterais do campo.
Tendo
como referência inicial o texto e as figuras acima, julgue:
1. A imagem do jogo asteca representa
aspectos do jogo de pelota, sendo ressaltados os adereços corporais de proteção
e os elementos arquitetônicos do local do certame. (C)
_________________________________
Imagem:
Mestre Didi. Sasará Ati Aso Iko.Xaxará com manto de palha da costa, 2003,
técnica mista, 64 x 20x 12 cm. Mestre Didi. Pepeye, o grande pato, 2001,
técnica mista, 60 x 60 x 23 cm.
Deoscóredes
Maximiliano dos Santos, nascido em Salvador, Bahia, em 1917, é conhecido como
Mestre Didi. Escultor e escritor, ele inclui, em sua obra, elementos da cultura afro-brasileira. As formas
escultóricas que produz, confeccionadas com contas, búzios, rendas de couro e
folhas de palmeira, remetem a mitos, lendas e objetos de culto aos orixás. Suas
obras fazem parte dos acervos dos Museus de Arte Moderna de Salvador e do Rio
de Janeiro e do Museu Picasso, em Paris, entre outros.
Com base
nas informações e imagens acima, julgue o próximo item.
1. As peças de mestre Didi apresentadas
acima têm claro aspecto primitivo e decorativo, com evidentes conotações
ritualísticas, características que impossibilitam categorizá-las como arte,
sendo, assim, classificadas como artesanato popular. (E)
____________________________________
A
estrutura física interna do Teatro
Nacional de Brasília é projetada para assegurar suporte cênico a
grandes espetáculos de teatro, dança e música. O teatro já abrigou inúmeras
apresentações cênicas e musicais, como, por exemplo, a ópera Carmen.
A
respeito desse assunto e de aspectos a ele relacionados, julgue os itens:
1. Os elementos lúdicos do jogo teatral estimulam
a espontaneidade no processo de criação teatral, contudo o ator, ou jogador,
deve seguir especificamente as regras propostas no jogo. Desse modo, a maioria
dos esportes, como, por exemplo, o futebol, assemelha-se ao denominado jogo
teatral.(E)
2. A encenação teatral, parte
fundamental da leitura visual e simbólica de um espetáculo, pode ter seus
elementos adaptados a diferentes espaços físicos. Nesse sentido, o palco
principal do Teatro Nacional de Brasília,
por ser uma semiarena, estilo de palco mais comum nos teatros brasileiros, pode
abrigar espetáculos de grande porte.(E)
__________________________________________
Ópera do
Malandro
Chico
Buarque
Tem gilete, Kibon
Lanchonete, neon
Petróleo
Cinemascope, sapólio
Ban-lon
Shampoo, tevê
Cigarros longos e finos
Blindex fumê
Já tem napalm e Kolynos
Tem cassete e rai-ban
Camionete e sedan
Que sonho
Corcel, Brasília, plutônio
Shazam
Que orgia
Que energia
Reina a paz
No meu país
Ai, meu Deus do céu
Me sinto tão feliz.
Tendo
como referência esse fragmento da obra de Ópera
do Malandro, de Chico Buarque de Hollanda, julgue:
1. No espetáculo Ópera do Malandro, a musicalidade é parte
fundamental da encenação, pois as canções contextualizam partes do enredo e
relações entre as personagens. Na canção final, verifica-se a intertextualidade
com trechos de árias de várias óperas, entre os quais, um trecho do Toreador,
da obra
Carmen. (c)
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1ªETAPA 2013
Lúcia — O que é que tá acontecendo,
hein?
Terezinha — O autor se meteu a besta e
resolveu embananar o
happy end. Daí os figurantes embarcaram
na palhaçada ...
Bem — Figurante é a mãe! Coadjuvante!
(...)
Jussara — Eles tão pensando que são
estrela, só porque ganham
dez vezes mais que a gente.
(...)
Phillip — Vou te contar. Enquanto
artista depender de autor e
produtor, tá ferrado!
Dóris — Eu digo mais. A melhor coisa
que pode acontecer pra
gente, mas a melhor mesmo, coisa de
sonho, coisa de Shangri-la, é
ter um cara da TV Globo na plateia e
chamar a gente pra novela das
oito.
Chico Buarque de Hollanda. Ópera do
malandro.São Paulo: Livraria Cultura, 1978, p.178-9.
Considerando
a obra Ópera do Malandro, de
Chico Buarque de Hollanda, e o fragmento acima, dela extraído, julgue os
próximos itens.
1. No fragmento apresentado, Chico
Buarque trata de questões relativas ao próprio teatro e enfatiza a problemática
da exploração econômica, criticando a cadeia produtiva do chamado teatro
comercial. (42)
2. Considerando a discussão apresentada
na obra Ópera do Malandro e a
fala da personagem Dóris acima apresentada, infere-se que Chico Buarque buscou
registrar o contexto da época em que a televisão era o espaço que mais
valorizava a criatividade, excelência, investigação e diversidade artística.(E)
3. A peça Ópera do Malandro, por seu caráter crítico, requer encenação
minimalista e intimista que reforce a seriedade do tema tratado, o que exige apresentação
em palcos pequenos, de forma a se assegurar a proximidade dos atores com o
público.(E)
________________________________
Os modos
de se ouvir música influenciam a escuta e a percepção musical. Um exemplo dessa
influência é o comando shuffle do iPod, que escolhe aleatoriamente as faixas
musicais para o ouvinte. Segundo o crítico musical Alex Ross, esse tipo de
seleção aleatória derruba barreiras de estilos e possibilita aproximações entre
gêneros musicais eruditos e populares, antigos e contemporâneos, de massa e
elitistas. Por outro lado, transitar entre “mundos musicais” é um desafio para
compositores, intérpretes e musicólogos. Esse trânsito surpreende e gera novas
músicas e novos significados e valores. Internet: <www.digitaltrends.com>.
Considerando
o texto acima, julgue o item a seguir.
1. Na canção Las Muchachas de
Copacabana, da Ópera do Malandro,
o ritmo da rumba aproxima a música popular brasileira da música popular
cubana.(C)
___________________________________________
Diante
da rigidez do material, o escultor inexperiente esculpe com base na
simplicidade do conceito cúbico, que costuma impor-se em seu trabalho de
iniciante. Se ele quiser tentar abandonar essa simplicidade e esculpir formas
orgânicas, herança da Renascença, deve superar o conceito de simetria, típico
da arte egípcia. Com o passar do tempo, ao adquirir mais experiência, o
escultor será levado a observar que, quando gira a sua escultura, o que está
sendo observado não mais é válido como um limite. R. Arheim. Arte e percepção
visual: uma psicologia da visão criadora. São Paulo: Thomson Pioneira, 2006
(com adaptações).
Imagem: Vistas da fachada do Museu
Soumaya, projeto de Fernando Romero, Cidade do México. Internet:
<www.architectureticker.com>.
Imagem: Vistas da fachada do Museu da
República, projeto de Oscar Niemeyer, Brasília, DF. Internet:
<www.copa2014.gov.br>.
Imagem:Vistas da Pirâmide da Lua,
Teotihuacan, México. Internet: <pt.wikipedia.org/wiki/Teotihuacan>.
Tendo
como referências o fragmento de texto e as imagens apresentadas acima, julgue
os itens a seguir.
1. Os materiais utilizados e a linguagem arquitetônica na civilização asteca
se assemelham aos da produção artística egípcia.(c)
2. As linguagens arquitetônica e escultórica, que permitem, ambas,
superar-se a rigidez dos materiais e, assim, alcançarem-se formas orgânicas,
diferenciam-se quanto às técnicas de produção utilizadas e aos limites das
dimensões das obras.(C)
3. As obras arquitetônicas, se reproduzidas em linguagem escultórica,
poderiam exemplificar os limites que o material, por sua rigidez, impõe aos
escultores.(E)
___________________________
Camaro
Amarelo
Composição:
Marco Aurélio, Thiago Machado, Márcio Araújo e Bruno Caliman
Interpretação:
Munhoz e Mariano
[Introdução – Instrumental]
Agora eu fiquei doce, doce,
doce, doce
Agora eu fiquei
do-do-do-do-doce, doce
Agora eu fiquei doce, doce,
doce, doce
Agora eu fiquei
do-do-do-do-doce, doce
A
Agora eu fiquei doce igual
caramelo,
Tô tirando onda de Camaro
amarelo.
Agora você diz: vem cá que eu
te quero,
Quando eu passo no Camaro
amarelo.
B
Quando eu passava por você,
Na minha CG você nem me
olhava.
Fazia de tudo pra me ver, pra
me perceber,
Mas nem me olhava.
Aí veio a herança do meu
veio,
E resolveu os meus problemas,
minha situação.
E do dia pra noite fiquei
rico,
Tô na grife, tô bonito, tô
andando igual patrão.
C
Agora eu fiquei doce igual
caramelo,
Tô tirando onda de Camaro
amarelo.
Agora você diz: vem cá que eu
te quero,
Quando eu passo no Camaro
amarelo.
B
E agora você vem, né?
E agora você quer.
Só que agora vou escolher,
Tá sobrando mulher.
D
E agora você vem, né?
E agora você quer, ha.
Só que agora vô escolher,
Tá sobrando mulher.
D
[Instrumental] repete [C – B
– D – D] – B – A
Tendo
como referência a letra da música Camaro Amarelo, julgue os itens:
1. Nas músicas Camaro Amarelo e Kyrie da Missa Papae Marcelli, foi utilizado
o recurso de repetição de melodias, que provém da imitação de temas melódicos e
da técnica composicional do contraponto musical.(E)
2. A música Camaro Amarelo apresenta estrutura
AB[CBDD]AB.(E)
3. Nas canções Camaro Amarelo e Cuitelinho, a influência da música sertaneja
é evidenciada na melodia cantada a duas vozes e acompanhada por violas
caipiras.(E)
________________________________
Observação: a obra Antígona faz parte das obras literárias
do PAS. Mesmo assim, como se trata de um peça grega, e teatro grego é conteúdo
de arte, gosto de trabalhar nas aulas de artes. Além disso, nessa questão
fizeram uma relação entre teatro e música, que achei interessante
ressaltar:
Creonte
acha, porém, que errei, que fui rebelde, irmão querido! Assim ele me leva
agora, cativa em suas mãos; um leito nupcial jamais terei, nem ouvirei hinos de
bodas, nem sentirei as alegrias conjugais, nem filhos amamentarei; hoje,
sozinha, sem um amigo, parto — ai! infeliz de mim! — ainda vivam para onde os
mortos moram! Que mandamentos transgredi das divindades? De que me valerá —
pobre de mim! — erguer ainda os olhos para os deuses? Que aliado ainda
invocarei se, por ser piedosa, acusam-me de impiedade? Se isso agrada aos
deuses, me conformo, embora sofra muito com minha culpa, mas, se os outros são
culpados, que provem penas pelo menos tão pesadas quanto as que injustamente me
impuseram hoje! Sófocles. A trilogia tebana. Trad. Mario da Gama Cury. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
Com base
no fragmento de texto acima, extraído da obra Antígona, de Sófocles, julgue os itens seguintes.
1. No fragmento da obra Antígona, a
impossibilidade do casamento e da maternidade como experiências desejadas é
expressa pela personagem em reflexão que aprofunda a autoconsciência do mundo,
assim como o discurso lírico da letra da canção Camaro Amarelo reforça, por meio da introspecção, a
valorização dos desejos da interlocutora, o que leva o eu lírico ao
conhecimento de si e do outro. (E)
2. No fragmento apresentado, as
relações entre as ideias de vida e morte, piedade e impiedade, justiça e
injustiça reforçam o impasse insolúvel vivido pela personagem Antígona. (C)
______________________________
Espero ter ajudado!
Extraído
de: http://www.cespe.unb.br/pas/
Postado há 10th April
2014 por Andrea Dressler
Marcadores: PAS UnB
Excelente site para pesquisa em ARTE: http://arteeducacaodf.blogspot.com.br/
A História do Soldado, de Igor Stravinsky. Resumo
A História do Soldado – Igor Stravinsky
Em 1918, Igor
Stravinsky escreveu uma de suas mais importantes e conhecidas obras, A História
do Soldado.
Stravinsky concebeu sua criação como sendo uma obra praticamente teatral, uma
história para ser lida, atuada e dançada.
Foi inspirado em um conto folclórico russo, apesar de a versão final ter sofrido modificações do autor, onde um soldado troca seu violino com o Diabo em troca de um livro que poderia prever o futuro.
É executada com um septeto, violino, contra-baixo, clarinete, fagote, corneta (embora seja diversas vezes trocada por um trompete), trombone e percussão, além disso a história tem três narradores, o soldado, o Diabo e um narrador em terceira pessoa.
A música tem características bastante modernas, pela dificuldade da marcação temporal, é muitas vezes apresentada com maestro, embora algumas “ensembles” prefiram não recorrer a tal ajuda.
Foi inspirado em um conto folclórico russo, apesar de a versão final ter sofrido modificações do autor, onde um soldado troca seu violino com o Diabo em troca de um livro que poderia prever o futuro.
É executada com um septeto, violino, contra-baixo, clarinete, fagote, corneta (embora seja diversas vezes trocada por um trompete), trombone e percussão, além disso a história tem três narradores, o soldado, o Diabo e um narrador em terceira pessoa.
A música tem características bastante modernas, pela dificuldade da marcação temporal, é muitas vezes apresentada com maestro, embora algumas “ensembles” prefiram não recorrer a tal ajuda.
A verdade é que ando
vidrado em Igor Stravinsky e por isso me sinto na obrigação de vos oferecer a
oportunidade de também viciarem-se neste russo malhado.
Vê-se claramente as tendências sex-simbólicas vertendo do maestro, certamente uma inspiração para os futuros roqueiros setecentistas.
Vê-se claramente as tendências sex-simbólicas vertendo do maestro, certamente uma inspiração para os futuros roqueiros setecentistas.
Pois bem, agora
vamos à História do Soldado.
NARRAÇÃO:
NO TEMPO MUSICAL
Cansado de caminhar,
um soldado volta ao lar.
Vem de muito longe. Andou, andou, muito ele andou.
Só tem dez dias de folga.
Impaciente por chegar e já morto de tanto andar.
Vem de muito longe. Andou, andou, muito ele andou.
Só tem dez dias de folga.
Impaciente por chegar e já morto de tanto andar.
ANTES DA CENA 1
O soldado sentou-se
à beira de um regato e abriu seu embornal.
“ – Que lindo
lugar…, se não fosse esta vida!!!
Sempre marchando, sem nenhum tostão…
Vejam só! Meus trastes todos de pernas pro ar!!!
Até a medalha de São João, meu padroeiro, eu perdi ….. achei, que sorte!!!
Puxa, nada de dinheiro….”
Sempre marchando, sem nenhum tostão…
Vejam só! Meus trastes todos de pernas pro ar!!!
Até a medalha de São João, meu padroeiro, eu perdi ….. achei, que sorte!!!
Puxa, nada de dinheiro….”
E o Soldado continua
a remexer suas coisas, papéis, cartuchos, um espelho que mal refletia sua
imagem. A foto da noiva, mas continuou procurando, procurando, até encontrar
seu querido violino. Enquanto afina o violino, pensa:
“ – Bem se vê que é
ordinário, precisa afiná-lo o tempo todo…”
E começa a tocar…
LER NA CIFRA 17
Eis que surge o
Diabo, disfarçado de um velho caçador de borboletas, o Soldado não o viu. O
Diabo se aproxima e se coloca atrás dele.
LER ANTES DA CENA 2
“ – Ei, Soldado, me
dá esse violino!!!”
“ – Não!!!” – responde o Soldado
“ – Vende então!!!”
“ – Também não!!!!”
O Diabo pega um livro que traz consigo e sugere:
“ – Troca por esse livro.”
“ – Eu não sei ler” – diz o soldado.
Mas o Diabo insiste:
“ – Não é preciso saber ler, quere apostar? Trata-se de um verdadeiro tesouro, é só abri-lo e embasbacar! Jóias, moedas, ouro!!!”
“ – Não!!!” – responde o Soldado
“ – Vende então!!!”
“ – Também não!!!!”
O Diabo pega um livro que traz consigo e sugere:
“ – Troca por esse livro.”
“ – Eu não sei ler” – diz o soldado.
Mas o Diabo insiste:
“ – Não é preciso saber ler, quere apostar? Trata-se de um verdadeiro tesouro, é só abri-lo e embasbacar! Jóias, moedas, ouro!!!”
O Soldado pede para
ver o livro antes da troca, e o Diabo aceita.
“ – Não adianta tentar ler, soldado, pois não vai entender nada.”
“ – É, eu não entendo nada.”
Mas o Diabo o anima:
“ – Vai, vai folheando, vai folheando…”
O Soldado continua:
“- Mas esse livro vale muito dinheiro, meu senhor, e o violino não me custou quase nada!”
Mesmo assim o Diabo insiste na troca, que finalmente é feita.
O Diabo, após ter tentado tocar o violino, pergunta ao Soldado:
“- Como é, vem comigo?”
“ – Para que, meu senhor?”
“- Você tem que me ensinar a tocar.”
“ – Mas eu só tenho 10 dias de folga.”
“ – Eu te empresto meu carro, não há distância que não vença.”
“- Mas minha mãe e minha noiva estão esperando.”
“ – Logo irá vê-las.”
“ – Mas qual é o caminho?”
“ – Não adianta tentar ler, soldado, pois não vai entender nada.”
“ – É, eu não entendo nada.”
Mas o Diabo o anima:
“ – Vai, vai folheando, vai folheando…”
O Soldado continua:
“- Mas esse livro vale muito dinheiro, meu senhor, e o violino não me custou quase nada!”
Mesmo assim o Diabo insiste na troca, que finalmente é feita.
O Diabo, após ter tentado tocar o violino, pergunta ao Soldado:
“- Como é, vem comigo?”
“ – Para que, meu senhor?”
“- Você tem que me ensinar a tocar.”
“ – Mas eu só tenho 10 dias de folga.”
“ – Eu te empresto meu carro, não há distância que não vença.”
“- Mas minha mãe e minha noiva estão esperando.”
“ – Logo irá vê-las.”
“ – Mas qual é o caminho?”
“–Irá no meu carro
alado, ficará bem hospedado, limpo, descansado, 2 ou 3 dias de passeio
extraordinário, e depois, para sempre milionário.”
“ – E o que vamos
comer? Pergunta o soldado”
“ – Manjares até não mais poder.”
Arrumando animado suas coisas o Soldado continua:
“ – E prá molhar a goela?”
“ – Vinho velho e delicado.”
“- E a gente pode fumar?”
“- Charutos de Havana, os melhores….”
“- Pois bem, meu senhor, estou a sua disposição.”
“ – Vem comigo, então.”
“ – Manjares até não mais poder.”
Arrumando animado suas coisas o Soldado continua:
“ – E prá molhar a goela?”
“ – Vinho velho e delicado.”
“- E a gente pode fumar?”
“- Charutos de Havana, os melhores….”
“- Pois bem, meu senhor, estou a sua disposição.”
“ – Vem comigo, então.”
TOCA MÚSICA - CENA 2
E o velho levou o
Soldado consigo, e veremos que disse exatamente a verdade, pois o Soldado João
pôde comer e beber a vontade. Foi muito bem tratado e ensinou o velho a tocar o
violino para, em troca, o livro poder folhear.
SEGUE MÚSICA - CENA 2
LER APÓS FERMATA DA
CIFRA 5, DURANTE REPETIÇÕES DA MÚSICA DE CENA 2
Dois dias o Soldado
passou prazenteiro, mas finalmente veio o terceiro quando, assustado com a
enlouquecida disparada do carro alado, vê-se em seu velho lar e reconhece seus
amigos e familiares que não lhe dirigem nem mesmo uma palavra. João fica muito
perturbado:
“ – Não foram 3
dias, mas 3 anos!!! Tomam-me por um fantasma, não passo de um morto entre os
vivos. Devia ter desconfiado dele, mas fiquei a ouvi-lo como um pateta, e até
meu violino eu entreguei. Desgraçado de mim o que é que eu vou fazer???”
Enquanto isso, agora
disfarçado de negociante, o Diabo se aproxima sem o Soldado perceber.
CENA II DA 6
Então, vendo o
Diabo, parte em sua direção para o ataque, mas este, com grande lábia, ilude
novamente o Soldado mostrando-lhe seu violino e dizendo:
“ – O que é meu é
meu, o que é teu é teu . Agora cada um com o que é seu.”
SUONA DA 6
João começou a ler o livro, e o resultado foi cada vez mais dinheiro, dinheiro, dinheiro. Leu quanto pode e tirou quanto quis e com todo aquele dinheiro pensou logo em negociar, artigos de senhoras primeiro. E assim foi só começar. Mas, arrependido começa a pensar.
João começou a ler o livro, e o resultado foi cada vez mais dinheiro, dinheiro, dinheiro. Leu quanto pode e tirou quanto quis e com todo aquele dinheiro pensou logo em negociar, artigos de senhoras primeiro. E assim foi só começar. Mas, arrependido começa a pensar.
“ –Ah!!! Meus
fins-de-semana, minhas noites de sábado, quando as moças regavam o jardim… As meninas
brincavam de cabra cega, a gente atravessava o portão, sentava-se na relva,
tomava um refresco. Ah! As coisas simples, as únicas que falam ao coração. Eles
não têm nada e têm tudo, e eu, que tenho tudo, nada tenho!!! Nada, nada, e não
posso voltar atrás. Satã, tu me roubaste!!! O que fazer? Será que o livro
explica? Ei livro, pode me responder o que fazer para ser feliz??? O que fazer
para nada ter??? Você deve saber… o que fazer para retroceder???”
Então ouve a voz de
uma velhinha com várias coisas a vender, inclusive um violino que muito lhe
interessa. O Soldado João tenta tocar, mas o violino permanece mudo. Ele
procura a velhinha, que era novamente o diabo disfarçado, mas ele sumiu, e João
irritado atira o violino ao chão.
CENA III – PARTE 2 –
MARCHA DO SOLDADO
Cansado de caminhar,
o Soldado segue em frente. Aonde ele vai assim? Anda há tanto tempo! Passa o
riacho e depois a ponte. Aonde ele vai? Alguém sabe?
Nem mesmo ele sabe
para onde ir, pega então outra estrada, sem suas riquezas, tentando ser de novo
como outrora. Eis que surge um outro lugar, uma linda cidade, um bar, que
felicidade!!! Beber um trago, que tal??? Um golinho não faz mal. E olhando para
fora, pôs-se a contemplar a paisagem, o leve tremer da folhagem, muito suave
àquela hora. De repente ouve-se o rufar de um tambor.
CAIXA ENTRA
É o Rei desesperado com o grave estado de sua filha! Ela está enlouquecendo de dor! O Rei anuncia que dará a mão da princesa àquele que a curar.
É o Rei desesperado com o grave estado de sua filha! Ela está enlouquecendo de dor! O Rei anuncia que dará a mão da princesa àquele que a curar.
PARADA DA CAIXA
Neste momento João
ouve uma voz a lhe falar:
“ –Que tal a
princesa? Vai lá e banca o médico, nada irá arriscar, diga: ‘Sou médico
militar’. Mesmo que não dê certo, vale a pena tentar… ”
Por que não? O
Soldado ergue-se animado e vai embora sem demora. E nos jardins do Palácio os
guardas lhe perguntam:
“ –Onde vai com
tanta pressa?”
“ –À casa do Rei, ora essa!!!”
“ –À casa do Rei, ora essa!!!”
TOCA A MARCHA REAL
LER ANTES DO PEQUENO
CONCERTO
Mandaram tocar a
música na chegada do Soldado ao Palácio, ele foi muito bem recebido, até que o
Rei chegou e perguntou se ele era médico, João respondeu: sou médico militar. O
Rei estava desanimado, pois vários médicos tentaram curar a princesa, mas todos
fracassaram, João lhe garantiu que tinha um remédio infalível. Então o Rei lhe
disse:
“ – Amanhã verá
minha filha.”
Durante a noite João fica num quarto brincando com um baralho e pensando:
Durante a noite João fica num quarto brincando com um baralho e pensando:
“ –Vou me casar com
a Princesa, que além disso é uma beleza…”
Ao pensar, isso
ouviu uma voz muito conhecida dizendo:
“ –Alguém chegou
primeiro…”
Era o Diabo com o
violino.
“ –Está perdido meu
amigo, pois o remédio está comigo.”
E o Soldado
cabisbaixo reconhece que o Diabo tem o poder, pois ele tem o remédio e João
nada pode fazer.
Novamente João ouve
alguém falando para ele.
“ –Vamos, você tem
que dominá-lo, ele está te dominando porque você está com o dinheiro, jogue com
ele e deixe-o ganhar.”
Começa o jogo, e o
Soldado propositadamente perde todas as partidas, e à medida que o Diabo vai
ganhando, vai perdendo suas forças. João dá bebida ao Diabo que está cada vez
mais fraco. João tenta pegar o violino, mas o diabo ainda não bebeu o
suficiente, João vira vários copos na boca do Diabo, que finalmente cai
desmaiado.
Novamente a voz fala
a João:
“– Vamos, Soldado,
recupera o que é teu!!!”
O Soldado pega o violino e começa a tocar.
O Soldado pega o violino e começa a tocar.
TOCA PEQUENO
CONCERTO
LER CIFRA 28
“–Senhorita, agora já se pode afirmar que com certeza vai sarar, vamos depressa vê-la, pois que já podemos tê-la, e quando a encontrar é só chegar e ousar, vou correndo para lá, sou forte. Saí do inferno, vou tirá-la da morte”.
“–Senhorita, agora já se pode afirmar que com certeza vai sarar, vamos depressa vê-la, pois que já podemos tê-la, e quando a encontrar é só chegar e ousar, vou correndo para lá, sou forte. Saí do inferno, vou tirá-la da morte”.
João entra no quarto
e vê a Princesa deitada na cama, sem se mexer. Ele pega o violino e começa a
tocar.
LER ANTES DA CIFRA 4
A Princesa abre os
olhos, vira-se para o Soldado e senta-se na cama.
TOCA O TANGO, VALSA
E RAGTIME
LER ANTES DA DANÇA
DO DIABO
O Soldado e a
Princesa estão se beijando no quarto, quando ouvem gritos horríveis vindos do
lado de fora. É o Diabo que entra no quarto, dessa vez sem nenhum disfarce, e
fica rodeando o soldado e suplicando para que ele lhe dê o violino e algumas
vezes tenta arrancar o instrumento à força. A Princesa refugia-se atrás do
Soldado de maneira a conservar-se escondida atrás dele. O Diabo, ora recua, ora
salta e o Soldado começa a tocar o violino.
TOCA MÚSICA DANÇA DO
DIABO
LER ANTES DO PEQUENO
CORAL
Em vão, o Diabo
tenta unir as pernas com as mãos. Cai no chão. O Soldado toma a Princesa pela
mão, vê-se que ele não tem medo e dança com ela em volta do Diabo.
A Princesa pega o
Diabo por uma das patas, ambos o arrastam para fora do quarto.
Livres do Diabo
voltam a se abraçar.
TOCA O PEQUENO CORAL
LER DURANTE A CANÇÃO
DO DIABO
“ –Está bem, por
enquanto.” – diz o Diabo – “Mas o reino não é tão grande assim, e quem a
fronteira passar em meu poder há de ficar. Melhor não ir além do permitido,
senão a bela Princesa terá que voltar ao leito, e quanto ao Príncipe, seu bom
marido, é bom que se disponha a andar, pois sei de um lugar, bem profundo, onde
bem vivo vai assar.”
TOCA CORAL
LER NA FERMATA 1
Não se pode querer
tudo ao mesmo tempo. Impossível viver no passado e no presente. É preciso saber
escolher e não tudo querer obter. Pois a verdadeira ventura é uma somente.
Agora tenho tudo,
pensa o Soldado. Até que um dia, a Princesa lhe diz:
“ – Eu não sei nada
de você, conta para mim, me fala um pouco de você.”
“ – Há muitos anos passados, no tempo que eu era soldado, vivia com minha mãe num lindo lugarzinho, longe, bem longe daqui, mas esqueci o caminho.”
“ – Há muitos anos passados, no tempo que eu era soldado, vivia com minha mãe num lindo lugarzinho, longe, bem longe daqui, mas esqueci o caminho.”
“ – E se a gente
fosse lá?” – sugere a Princesa.
“ – Você sabe que é proibido.”
“ –Mas nós voltamos logo e ninguém saberá do acontecido. Vai, confessa. Você bem que gostaria de ir. Sim, você está louco para voltar, estou lendo nos teus olhos, não adianta negar.”
“ – Você sabe que é proibido.”
“ –Mas nós voltamos logo e ninguém saberá do acontecido. Vai, confessa. Você bem que gostaria de ir. Sim, você está louco para voltar, estou lendo nos teus olhos, não adianta negar.”
O Soldado acha que
não convém arriscar, mas lembra-se da mãe, tem esperança de que ela o reconheça
e venha morar com eles. Então eles decidem ir para a cidade. Na pressa de
chegar, ele atravessou a fronteira sem perceber que a princesa havia ficado
para trás.
Ao atravessar a
fronteira, o Diabo apareceu diante dele, estava com o violino novamente e
começou a tocar a Marcha Triunfal do Diabo.
COMEÇA A MÚSICA
O Soldado abaixa a
cabeça e põe-se a seguir o Diabo. A Princesa o chama, ele pára um instante, mas
prossegue, pois nada pode fazer, está sob total domínio do diabo novamente.
FIM.
A principal
característica de grandes obras, sejam musicais, literárias ou, como neste
caso, uma mescla das duas juntamente com a dança, é o fato de promoverem uma
reflexão atemporal. No caso de “A história do Soldado”, a primeira e talvez a
mais aparente crítica de Stravinsky está justamente na guerra. Datando do fim da
primeira grande guerra, Igor estava carregado de indignação perante as inúmeras
mortes de soldados russos, por isso, ao caracterizar o soldado João, logo troca
o seu rifle pelo violino.
O Aristofonia Crew
tem o prazer de apresentar a seguir um trexo da entrevista feita com o próprio
Stravinsky durante uma sessão de ressurreição assistida pelo grupo de batuque
Príncipe Custódio de Xapanã pelo pai-de-santo Jorginho Ijexáoyó:
“Estava na primavera
de 1917, quando comecei a pensar nesta obra, embora na época eu não consegui
começar fazer nada, já que eu estava debruçado sobre Les Noces e sobre o poema
sinfônico Rossignol. Depois da guerra, eu tive a intenção de escrever um
espetáculo dramático para um teatro ambulante. Como eu tinha pensado na
ocasião, seria um grupo pequeno de intérpretes para poder realizar uma tournée
no interior da Suíça. A historia que me seduziu era de um soldado russo que
desejava fazer com que o Diabo bebesse muita Vodka. Eu descobri outras
histórias que envolvia um soldado e o Diabo, e resolvi então colecionar estas
histórias. A compilação dos diversos textos foi feito por Afanasiew, que os
recrutou entre os camponeses logo após a guerra russo-turca e por mim mesmo,
mas o libretto foi escrito por Charles-Ferdinand Ramuz. Eu trabalhei com ele
traduzindo o meu texto russo palavra por palavra. Os textos são efetivamente
cristãos, e o Diabo é o Diabulus da cristandade, um personagem vivo,
multifacetado. A primeira idéia era transportar o período e o estilo de nossa
peça para uma época indeterminada, por volta de 1918 não importa que país, sem
tocar no aspecto relígio-cultural do Diabo. O soldado estará uniformizado como
um simples soldado do exército suíço em 1918. Os nomes nos locais como Denges e
Denezy, são fictícios. Embora a peça seja neutra, nosso soldado é
definitivamente visto como a vítima do conflito mundial em curso na época. Esta
obra está entre minhas obras cênicas com alusão contemporânea”.
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